SOBRE RENAN, PETISTAS E RATOS

A resposta dos senadores no caso do homem das vacas-laranjas foi tão vergonhosa que até os lulo-petistas, acostumados com todo tipo de descaramento político, ficaram calados. Não por vergonha, claro. Eles não sabem o que é isso. Ficaram calados porque foram os coadjuvantes dessa tragédia cujas consequências fingem desconhecer.

Até para fingir mentem. No alucinado terceiro congresso do petismo, uma das propostas foi a extinção do senado da república. Sonham com essa possibilidade porque será ainda mais fácil comprar a casa dos horrores, se esta estiver sozinha na chapada, digo no planalto.

Os petistas já sabiam, então, que sua atuação nos bastidores (palavra nojenta) seria decisiva para a absolver o verme, perdão, o homem das vacas-laranjas. Já sabiam que o senado sairia irremediavelmente enlameado deste triste episódio. Aliás, o senado até parece estar mancomunado com o lulo-petismo visando sua auto-destruição.

O sigilo absurdo da sessão de ontem, para alguns juristas até inconstitucional (veja aqui), para mim, imoral; a decisão do STF de permitir a entrada dos deputados da terceira via (?) e aquele ridículo e perigoso espetáculo encenado pelo Jungman me parecem um mesmo episódio, não sei se planejado, para desmoralizar o já inominável senado que, preparado para absolver o seu presidente, fingia em peso a indignação diante dos holofotes.

Todos os demônios estão mudos, distraídos, como se não fora deles a responsabilidade. Exercitam ao infinito sua capacidade de dissimular.

Nossa voz precisa se elevar sobre o falso silêncio dos demônios. À treva que constroem, temos que usar nosso grito para clarear a cena, para expulsar dos esgotos os ratos que estão roendo a democracia brasileira.

A hora já está passando.