NADA DE NOVO NO FRONT PARA 2008


Neste final de ano, por mais que tente escrever alguma coisa alegre e boa, não consigo. Já foi assim no natal e agora é assim, nestes últimos dias de 2007. Na semana passada, tentando escrever poemas de natal para os outros blogs e para os grupos de que participo, não conseguia pensar em outra coisa, senão naquela menina do Pará, violentada pelos presos e pelas autoridades que deveriam protegê-la.

Acredito que este fato foi simbólico para representar o que significou o ano que ora termina e a sensação de abandono que sinto em relação à proteção dos direitos civis por parte do estado brasileiro.

As políticas públicas essenciais para a segurança, a saúde e a educação foram abandonadas para que se pudesse privilegiar a fatuidade e retórica e elevar ao nirvana do poder, um grupo enorme de pessoas incompetentes e irresponsáveis cuja única “qualidade” é pertencer ao partido oficial ou aos partidos por ele comprados. O caos aéreo provou esta afirmação de forma trágica.

No ano que termina, assistimos a vitória do vazio sobre qualquer substância e percebemos que o governo que ora nos aflige está mais interessado em fortalecer seus aliados esquerdistas da América latina que cuidar dos cidadãos que o elegeu. Prova disso é que irá entregar uma fortuna para o louco da Bolívia mesmo depois que este quebrou contratos e tomou para si as instalações da Petrobrás naquele país que está levando para a guerra civil. Além disso, vimos o Brasil trocar afagos e manter firme relacionamento com o louco da Venezuela considerado perigoso e indigno de confiança, candidato a ditador e irresponsável.

Vimos a promiscuidade mais indecente tomar conta do congresso nacional que se transformou em um grande e malcheiroso mercado de peixes (que me perdoem os honestos mercados de peixes). O beijo de Ideli e Sarney ilustra essa promiscuidade perfeitamente pois, apesar de serem ambos partidários do poder a qualquer preço, seus partidos (quando menos indignos) já foram adversários políticos.

Assistimos ao cúmulo do presidente se afirmar uma metamorfose ambulante para justificar as reviravoltas necessárias à defesa da manutenção do poder, da máquina petista no poder e das formas de financiar a multidão e comissionados integrada em mais de 40% por sindicalistas pendurados nos cargos que deveriam ser ocupados por técnicos.

O ano terminou com chave de ouro (ou de lama?) com a eleição de Berzoini para comandar o partido do governo e conduzir a sucessão de Lula. O aloprado e seu dossiê, aquele dos milhões que ninguém sabe de onde vieram; o aloprado Berzoini e sua eminência parda, José Dirceu. Haverá símbolo mais eloqüente de que o partido dos “trabalhadores” não só aprova como reafirma as práticas ilegais dos seus líderes, consubstanciadas no mensalão?

Ou seja, o ano foi do governo e não dos cidadãos. O ano foi de dor para os cidadãos que viram suas crianças serem mortas nas ruas, pela violência dos criminosos que ninguém tem coragem de combater. O ano de foi de indignação para os cidadãos que viram o céu despencar sobre sua cabeça com centenas de mortos em vista da irresponsabilidade governamental. O ano foi de tristeza e dor, muita dor.

O que esperar de 2008, se nada mudou nem há sinal nenhum de mudança?

5 comentários:

Só Magui disse...

Pois eu vejo que este ano avançamos muito na política com expurgos pela ética .O Brasil avança com a participação do povo equecido pelos eternos donos do poder. A estabilidade econômica e política fruto de anos de luta, desde 1991 quando Collor teve a coragem de tirar de circulação a dinheirama do Sarney , o Plano Real, depois os ajustamentos sociais.Mesmo com a corrupção houve uma luta grande pelo seu fim e , tomara que tenhamos uma reforma tributária.Feliz 2008!

Letícia Losekann Coelho disse...

Pois é Sara...tive a mesma sensação ao escrever agora meu último post...fazendo uma retrospectiva do ano....nada de bom entende.....sei lá talvez eu seja muito pessimista...mas...não vi muita coisa boa não!!
beijos meus lindeza

Anônimo disse...

Saramar, acho que nem vou fazer retrospectiva nenhuma de 2007.
No varejo o ano foi bom mas, no atacado e para o Brasil...sai de baixo!!!
E não sei se podemos esperar alguma mudança para 2008. Afinal, é ano de eleição de prefeito e vereadores e o mensalinho com certeza vai atacar outra vez...

Ricardo Rayol disse...

e não esqueça da retórica mentirosa do apedeuta.

Anônimo disse...

Sonhar para um ano inteiro é muita coisa. Um dia atrás do outro já está bom pra mim.