REPRESENTATIVIDADE?

Escrevi a alguns senadores sobre a CPMF. Não que eu tenha esperança de que eles possam dar ouvidos a uma cidadã. Afinal, os ouvidos das excelências estão em sintonias outras, muito distantes da vontade popular.

Na realidade, o congresso nacional deixou, há muito, de representar alguém fora do seu mundo muito particular, em tudo contrário à realidade dos eleitores que fingem representar.

O que observamos, impotentes e pasmados, é uma inversão do conceito de representatividade, "como nunca se viu na história deste país". Hoje, o povo trabalha para sustentar os megalomaníacos sonhos das excelências, cada vez mais ricas e poderosas, quando a lógica dos países democráticos é que estas trabalhem para garantir os direitos dos representados.

E ainda dizem que o congresso nacional reflete a sociedade que o elegeu. Que falácia! A maioria dos cidadãos é honesta. Como pode, então, um congresso de si e para si mesmo ser o reflexo da honestidade?

Os senadores brasileiros deram prova de sua desonestidade no episódio Renan, mostrando ao povo brasileiro que não diferem em nada do enlameado don juan que nem pensou em pagar sozinho por sua prevaricação e muito menos por seus ilícitos.

Ocorre que, no Brasil, basta às "autoridades" dizer as palavras mágicas "eu não sabia de nada" ou negar o inegável, usando o argumento da perseguição política, e tudo será, cínica, porém não gratuitamente, perdoado.

A absolvição de Renan custou muito caro ao país, já se sabe. O perdão dado ao indigno senador foi desavergonhadamente negociada pelo executivo amoral com o não menos amoral partido do sempre-no-poder-custe-o-custar em troca dos votos pela manutenção da CPMF. Esta, por sua vez, irá garantir a permanência desse tipo de gente no poder ad infinitum.

Em suma, estamos trabalhando para ser governados por arrivistas. Estamos pagando para manter no poder os indivíduos mais prejudiciais ao país, aqueles que estão enterrando nosso futuro sob as cédulas infectadas da amoralidade e da desonestidade política mais vergonhosa.

Até quando?

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