NAÇÃO, É O QUE SOMOS

Sobre os interesses de índios, quilombolas e sem-terra, ou dos pobres, remediados e ricos e ainda dos brancos, pretos, mestiços, amarelos, etc., creio que deve perseverar o conceito de nação, principalmente no sentido do "conjunto dos indivíduos regidos pela mesma constituição, distinta desses indivíduos, e titular da soberania" (Aurélio). Pelo menos, é assim que o Brasil se apresenta diante das outras nações do mundo.

Ainda que o atual governo sistematicamente insista em dividir os brasileiros, "por pensamentos, palavras e obras", como diz a prece católica, não podemos nos esquecer que o Brasil é uma nação, definido como está, na própria Constituição. Se o atual governo, em sua constante batalha pelo poder, usa a arma perigosíssima que é a divisão dos brasileiros, não iremos, por medo, erguer nossas mãos, como diante de um assaltante. Afinal, a Constituição está vigorando e há quem a defenda.

O conceito de nação, tal como é entendido atualmente, prevê a continuidade dos seus fundamentos, um dos quais se materializa no intesse do conjunto dos cidadãos. Este fundamento é o que garante a unidade do território, da língua e das leis, iguais e inseparáveis para todos os que nela habitam. Sem isso, voltaríamos ao estado de tribos ou clãs que caracterizou a humanidade no seu início.

Parece, agora, que toda a luta empreendida por nossos antepassados para constituir uma nação, esta nação chamada Brasil, foi em vão. Eis que surgem, no esteio da ignorância e da irresponsabilidade, indivíduos que colocam em risco a própria idéia de nação, tentando minar a construção já quase pronta, tentando transformar em cacos a unidade tão duramente erigida. Por quê?

A dúvida é retórica e a resposta é simples: a divisão dos indivíduos fortalece a tirania. Neste jogo, aqueles que não percebem a manipulação, lutam entre si por falsas causas, entregando-se ao tirano que finge proteger ora um, ora outro, enquanto trata apenas de usar um e outro em seu favor. É a mais banal forma de dominação. E a mais perniciosa.

A história das civilizações mostrou e continua mostrando que, neste jogo, não há vencedor. A história mostra também que a nação sempre é a maior vítima, pois que perde sua identidade, perde o respeito dos seus iguais (as outras nações), torna-se um nada no mundo. As nações africanas, em sua maioria, são exemplo dos efeitos terríveis da divisão entre os cidadãos promovida por ineptos governantes.

O Brasil é uma nação forte. Sua força reside na luta e no trabalho dos seus cidadãos que não são brancos, não são índios, não são pretos, não são amarelos, não são castas impermeáveis, estanques. Ao contrário, somos uma gente que lutou pela sobrevivência e, nesta luta, misturou-se de todo jeito, desde o início. Somos brasileiros e assim precisamos continuar, independente dos demônios que, desprezando nossa história, incentivam a divisão para fortalecer seus torpes interesses.

4 comentários:

Anônimo disse...

O presidente é que devia saber disto,e agir pra isto,SARAMAR.
Mas...


Beijos!

Anônimo disse...

Bom dia amiga Saramar .. seria muito bom para o nosso presidente Lula se ele tivesse servido ao exercito brasileiro, garanto que hoje ele não teria esse discurso separatista .. na caserna ele aprenderia a lidar com as desigualdades sociais .. lá somos todos brasileiros servindo a PÁTRIA, independente de religião, cor ou condição social .. no meu entender se não fossem as forças armadas esse pais de dimensões continentais já teria se dividido em vários outros países .. um beijo grande do amigo carioca .. guto leite
www.chutandoobardi.blogger.com.br

Anônimo disse...

A expressão "Federativa" já informa exatamente isso, Saramar. Vivemos numa República Federativa, alguém deveria ensinar isso aos brasileiros. Mas, quer saber? A culpa é nossa mesmo. Vivemos segregando. Carioca x Paulista; Corinthiano x Palmeirense, Vascaino x Flamenguista. O sul, muitas vezes, hostiliza o Norte e vice-versa. Nunca viu isso? Quando vamos entender que o povo brasileiro é um só e deveríamos ter orgulho da nação brasileira, fazendo todos os esforços para pensar e agir com nacionalismo?

Anônimo disse...

Eu até gostaria que a nossa nação fosse da maneira como o Mário falou: quando todos viverem sem hostilizações.

Mas numa cultura tão diversificada como a nossa não dá. É uma utopia.
Sempre existem motivos especiais que favorecem os embates.

Abraços