E SE A COPA FOSSE NO ENTORNO DO DF OU NO PARÁ?

A favela, digo comunidade, carioca está livre dos traficantes? Ah! Que alívio, que felicidade!

O país assiste, emocionado, o sucesso dos responsáveis pela segurança pública nas favelas (perdão, comunidades) da cidade do Rio de Janeiro. A mídia não se cansa de mostrar as mudanças efetivadas pela ação conjunta de polícias e forças armadas nestes locais.

Entretanto, o povo brasileiro não consegue se emocionar com a violência crescente no miserável espaço que cerca Brasília; também não se sente tocado pela criminalidade na tríplice fronteira; da mesma forma, nem percebe a miséria ancestral dos cidadãos (?) nos estados amazônicos, dominados por donatários cada vez mais ricos e poderosos.

Assim como não consegue se emocionar com estas desgraças (perdão, pelos termos dramáticos), o povo brasileiro parece incapaz de fazer umas perguntas básicas:

Por que as mesmas forças usadas na cidade do Rio não são utilizadas em Águas Lindas (GO), cidade dormitório ao lado de Brasília, uma das mais violentas do Brasil?

Por que estas forças não se unem no Pará para “desalojar” os desmatadores, os grileiros, os assassinos de gente ligada à defesa do meio ambiente?

Por que as cidades fronteiriças de Mato Grosso ou do Acre, dominadas por contrabandistas e traficantes e outros criminosos não são “ocupadas” pelas forças de segurança unidas, tal qual foram as favelas, perdão, comunidades a cidade do Rio?

O povo brasileiro não pensa nisso. Não pergunta, não fala.

E os supostos representantes deste povo, em Goiás, no Paraná, em Mato Grosso, no Pará, seja lá onde for neste país, que deveriam fazer estas perguntas, nada fazem, ocupados que vivem com seus negócios e seus interesses. Afinal, neste país, políticos trabalham para si e não lhes sobra tempo para pensar em povo e suas constantes e ínfimas misérias.

Aqui em Goiás, por exemplo, não vi nenhum deputado exigir, no plenário, estadual ou federal, que o entorno do DF fosse “ocupado” pelo aparato que chegou a Rocinha ou ao Alemão. E no tal entorno, meu amigo, há muitos anos, a morte violenta é a mais constante presença.

Ai, pobre povo que vê o cisco no olho do outro e não o tijolo que o vitima todo dia, todo dia...

3 comentários:

Alexandre, The Great disse...

FELIZ NATAL, minha querida!
Um beijo bem gostoso pra vc, tá?

Anônimo disse...

A manchete de O Globo no primeiro dia do ano foi uma referência à "cidade unida", uma piada de mau gosto.
Manoel Carlos

Kafé Roceiro disse...

Ironias...
Adoro seu humor...
Um abração do Kafé...