Foto: Paula Sampaio
As crianças estão morrendo, quase antes de nascer.
E não são quatro ou cinco, são vinte, mais ainda.
Mais de vinte crianças mortas ao mesmo tempo, quase.
E todos sabiam o que iria acontecer
E todos nada fizeram.
Todos que choram pelas focas do Ártico ou baleias no Japão
e por algumas orquídeas, tão belas,
nada fizeram, senão fingir
que mais de vinte crianças iriam morrer
antes da hora delas.
E tudo continua existindo, em constância torpe.
O ministro que defende o aborto, a governadora que se cala
e a secretária que mente,
para depois voltar na pegada de sua própria mentira.
E tudo continua sendo, em normalidade cruel.
Do falso altar da saúde universal,
construído sobre a cotidiana dor dos que sofrem,
desce um médico, descem dois, para contar que, afinal,
morrem as mais de vinte crianças,
não de doença comum de gente pobre,
mas de falência do órgão governamental.
E tudo continua andando, em desinteresse amoral.
Morreram mais de vinte crianças,
vinte crianças,
mais de vinte.
Mais de vinte mães arrebatadas pela maior dor,
Mais de vinte pais desalentados,
Mais de vinte avós órfãos
Vinte, vinte, vinte,
mais de vinte.
Palavra que perde o sentido
ao se contar os caixões empilhados,
ao se contar os lamentos desesperados
de quem viu as mais de vinte crianças
mortas da pior doença: o desprezo do seu país.
E tudo continua, em fria indiferença.
Em outro país nascessem
algumas vinte e tantas crianças para logo depois morrer,
nem teriam morrido.
E, se acaso, a sina final acontecesse
no que seria o início,
haveria um abismo onde o maior algoz se precipitaria:
o governo mentiroso que nunca enxergou o povo,
cego de sua sua ambição.
Como matou as mais de vinte crianças,
também morto seria.
E nada continuaria.
Das mais de vinte crianças mortas, outro país se faria.
E não são quatro ou cinco, são vinte, mais ainda.
Mais de vinte crianças mortas ao mesmo tempo, quase.
E todos sabiam o que iria acontecer
E todos nada fizeram.
Todos que choram pelas focas do Ártico ou baleias no Japão
e por algumas orquídeas, tão belas,
nada fizeram, senão fingir
que mais de vinte crianças iriam morrer
antes da hora delas.
E tudo continua existindo, em constância torpe.
O ministro que defende o aborto, a governadora que se cala
e a secretária que mente,
para depois voltar na pegada de sua própria mentira.
E tudo continua sendo, em normalidade cruel.
Do falso altar da saúde universal,
construído sobre a cotidiana dor dos que sofrem,
desce um médico, descem dois, para contar que, afinal,
morrem as mais de vinte crianças,
não de doença comum de gente pobre,
mas de falência do órgão governamental.
E tudo continua andando, em desinteresse amoral.
Morreram mais de vinte crianças,
vinte crianças,
mais de vinte.
Mais de vinte mães arrebatadas pela maior dor,
Mais de vinte pais desalentados,
Mais de vinte avós órfãos
Vinte, vinte, vinte,
mais de vinte.
Palavra que perde o sentido
ao se contar os caixões empilhados,
ao se contar os lamentos desesperados
de quem viu as mais de vinte crianças
mortas da pior doença: o desprezo do seu país.
E tudo continua, em fria indiferença.
Em outro país nascessem
algumas vinte e tantas crianças para logo depois morrer,
nem teriam morrido.
E, se acaso, a sina final acontecesse
no que seria o início,
haveria um abismo onde o maior algoz se precipitaria:
o governo mentiroso que nunca enxergou o povo,
cego de sua sua ambição.
Como matou as mais de vinte crianças,
também morto seria.
E nada continuaria.
Das mais de vinte crianças mortas, outro país se faria.
UP GRADE (não deixe de ler): Deputado afirma que, além dos 26 mortos, há 12 corpos de bebês na Santa Casa de Belém, enquanto dos mais de R$11 milhões destinados à urgência e emergência no Estado do Pará, nada foi empenhado.
10 comentários:
Pois é Saramar, somem-se as vinte crianças, centenas de outros cadáveres que, por descúria desse governo(???) que aí está, acontecem diariamente.
Estamos no fundo da fossa com o socialismo do século XXI sendo implantado descaradamente.
Minha única esperança é que a inflação se torne incontrolável pois, só assim...talvez...os eleitores do nove dedos se mexam. Aforante isso, não existe esperança, apenas choro e ranger de dentes!
é de transtornar um.
Fala ai Saramar .. o que muito me espanta nesse episodio é a imprensa, que pouca ou nenhuma atenção vem dando ao caso .. já no da menina Isabella, tivemos uma cobertura diária por quase dois meses, seja em jornais ou mesmo na televisão .. a ponto, me desculpe a franqueza, de encher o saco .. seriam os Nardoni um galho fraco? .. seria a menina Isabella mais importante que essas vinte crianças? .. seria pelo fato dessas crianças não serem da região Sudeste? .. onde estará o verdadeiro culpado por essas mortes, ou será que não existe culpado, elas se suicidaram? .. será que mais uma vez faremos de conta que nada vimos, nada sabemos .. onde esta a tão atuante imprensa, que deixa o caso morrer por si só, que não investiga a fundo .. a única conclusão a que posso chegar, é que, quem tem rabo preso tem medo .. minha amiga .. vivemos num pais em que a vaca já foi pro brejo a muito tempo e tão falada imprensa não esta lá pra relatar o ocorrido com a VACA .. um beijo grande do amigo carioca .. guto leite.
www.chutandoobardi.blogger.com.br
Saramar,
Tudo não passou de uma Fa-ta-li-da-de.
Incrível é que essas fatalidades nunca acontecem com as mãezinhas e filhinas de nossos corruptos políticos.
Obrigado pela nota de pesar. A família do Samir agradece.
Bjusmil,
No Brasil, quando se fala em enfrentar problemas da saúde, as medidas práticas se resumem a criar impostos e cargos em comissão.
Ninguém fala em programas efetivos de saúde, como um básico, de análise das condições sanitárias das instalações de saúde, porque se tiver programa, tem que ter verba extra, e se precisa de verba extra, precisa de CSS, como se o orçamento da saúde não fosse de 100 ou 200 bilhões anuais no orçamento da União, extremamente mal gastos.
Enfim, para a classe política o que importa é FATURAR, porque desse faturamento se consegue indicar um ou outro cúmplice ou correligionário para algum cargo em comissão... e a saúde e as crianças que morreram, que se danem, é isso que os políticos querem.
Fico me perguntando o que mais precisa acontecer neste país de merda pras coisas mudarem ( PRA MELHOR ) ???
Beijos!!
Enquanto isso a dinheirama que vai para SP para fazer viadutos e pontes de primeira geração é como um rio de mão contrária.O povo do norte e nordeste recebe migalhas que flagelam a sua dignidade entre as festas populares repletas de pagadores de promessas.Só Deus mesmo e ele não dá conta.
Saramar, o limite da estupidez já foi ultrapassado!
quem irá responder criminalmente por essas mortes?
Escrevi algo semelhante sobre isso aqui
http://sakuxeio.blogspot.com/2008/03/crianas-invisveis.html
Abraços
Postar um comentário