Valfrido M. Chaves Pantaneiro
A injustiça histórica a que nossos índios foram submetidos, quando perderam seu habitat, modo de vida e sua cultura, se constitui numa divida que toda nossa sociedade tem para com tais brasileiros. É um povo que revela grande força, quando ainda se mantém unido, preservando sobretudo seus laços familiares e alguns costumes através dos quais o grupo se mantém como tal. Mas do mesmo modo que a rápida urbanização de nossa população rural a levou à perda de parâmetros e ruptura de laços familiares, do que resultou a criminalidade, gravidez precoce, desestruturação familiar, perda da noção de como criar os filhos, a deterioração cultural também atingiu a população indígena. Com um agravante: sendo um povo “tutelado”, aqueles responsáveis por seu destino parecem nortear-se mais por ideologia e interesses dinheiristas do que por uma preocupação genuína pelo seu bem estar e progresso. Suas aldeias são, literalmente, favelões. Suas terras, ainda que poucas, são frequentemente ociosas. Áreas ocupadas que eram pastagens, são meramente arrendadas. Suas escolas são deficientes, não os preparando para ocupar um lugar digno na sociedade em geral. Não possuem uma só escola agrícola, como se a política indigenista oficial imaginasse que seus tutelados fossem, algum dia, viver de caça e pesca, vestidos com penas prá turista fotografar. Culturalmente vivem num “limbo”, isto é, em lugar indefinido, vendo o progresso ao seu redor, e sem chance de alcançá-lo. Os responsáveis por seu destino vêem chegar o álcool, a droga, a prostituição, a indigência, o suicídio e são incapazes de propor algo efetivo para integrá-los à sociedade, com direito aos benefícios da civilização. Nasci e criei-me junto aos Terena, nunca conheci um índio que não tivesse tal ambição.
Mas integração e progresso são palavras malditas para a Funai e o indigenismo, pois, ao realizá-los, se estancará o empreguismo e o maná de verbas e doações internacionais das quais não são os índios que mais se beneficiam. A situação das aldeias, em seu favelamento e desorganização social é um escândalo para o qual o indigenismo oficial e o fisiológico encontraram uma saída: tudo é falta de terras, como se a pouca que têm não estivessem, quase sempre, ociosa, sem produção. A seguir, as comunidades indígenas são manipuladas para verem os proprietários rurais como seus inimigos, ladrões das “terras indígenas”. Como se a sociedade, num todo, não tivesse nada com a situação. Como se o Império e a República, a União e o Estado não tivessem chamado para cá os pioneiros rurais e a eles vendido as “terras devolutas”, para fixarem fronteiras e torná-las produtivas. Para este Governo, para a Funai, o problema da terra para o índio se resolverá criminalizando a História de Mato Grosso, de MS: o fazendeiro será expulso como um ocupante de má fé e o Estado brasileiro não porá a mão no bolso, embora tenha milhões para dar a índios bolivianos e paraguaios.
Definitivamente, nossos índios e produtores rurais não merecem se tornarem buchas de canhão para, primeiro, encobrirem o resultado genocida da politica indigenista deste e outros governos, através da Funai. Segundo, serem jogados uns contra os outros, numa semeadura de ódios criminosa, imoral, financiada ainda com recursos externos- e o governo sabe disso. Pior, leitor, que nada é feito com leviandade, mas com método e objetivo, com sobra de competência. É o conflito étnico adubando a "luta de classes", a pérola da prática marxista-leninista-petista que parece a tudo nortear. O mal está feito. Resta saber até onde irá caminhar esse projeto infame para nossas fronteiras, e que não é só para MS, pois o mesmo se passa em vastas áreas da Amazônia onde, também, organizações e recursos externos dão as cartas. O resultado é sempre o mesmo: conflito entre as comunidades, isolamento dos povos indígenas, domínio sobre fronteiras e fartos recursos minerais, presença de Ongs estranjeiras. Até quando isso será tolerado pela Nação, que é maior que governos e órgãos estatais? Ou algum mensalão nos corrompeu a vergonha e a dignidade?
Mas integração e progresso são palavras malditas para a Funai e o indigenismo, pois, ao realizá-los, se estancará o empreguismo e o maná de verbas e doações internacionais das quais não são os índios que mais se beneficiam. A situação das aldeias, em seu favelamento e desorganização social é um escândalo para o qual o indigenismo oficial e o fisiológico encontraram uma saída: tudo é falta de terras, como se a pouca que têm não estivessem, quase sempre, ociosa, sem produção. A seguir, as comunidades indígenas são manipuladas para verem os proprietários rurais como seus inimigos, ladrões das “terras indígenas”. Como se a sociedade, num todo, não tivesse nada com a situação. Como se o Império e a República, a União e o Estado não tivessem chamado para cá os pioneiros rurais e a eles vendido as “terras devolutas”, para fixarem fronteiras e torná-las produtivas. Para este Governo, para a Funai, o problema da terra para o índio se resolverá criminalizando a História de Mato Grosso, de MS: o fazendeiro será expulso como um ocupante de má fé e o Estado brasileiro não porá a mão no bolso, embora tenha milhões para dar a índios bolivianos e paraguaios.
Definitivamente, nossos índios e produtores rurais não merecem se tornarem buchas de canhão para, primeiro, encobrirem o resultado genocida da politica indigenista deste e outros governos, através da Funai. Segundo, serem jogados uns contra os outros, numa semeadura de ódios criminosa, imoral, financiada ainda com recursos externos- e o governo sabe disso. Pior, leitor, que nada é feito com leviandade, mas com método e objetivo, com sobra de competência. É o conflito étnico adubando a "luta de classes", a pérola da prática marxista-leninista-petista que parece a tudo nortear. O mal está feito. Resta saber até onde irá caminhar esse projeto infame para nossas fronteiras, e que não é só para MS, pois o mesmo se passa em vastas áreas da Amazônia onde, também, organizações e recursos externos dão as cartas. O resultado é sempre o mesmo: conflito entre as comunidades, isolamento dos povos indígenas, domínio sobre fronteiras e fartos recursos minerais, presença de Ongs estranjeiras. Até quando isso será tolerado pela Nação, que é maior que governos e órgãos estatais? Ou algum mensalão nos corrompeu a vergonha e a dignidade?
4 comentários:
Oi, Saramar...
não temos, como povo, o sentido de comunidade ainda. Observe: ninguém quer o ponto de onibus ou a feira defronte à sua casa. Orelhão? Idem. E com isso seguimos olhando nossos umbigos coletivos, deixando os bandidos saquearem o dinheiro da nação, que agora tem os olhos voltados apenas para as olimpíadas.
beijão.
Excelente artigo. É o retrato de um governo que tem por meta somente a permanência no poder onde projetos para o país e para os cidadãos não são prioridades.
Do dia 7 ao dia 10/07 vc não fez nenhuma postagem, mas descobri que vc fez aniversário no dia 9/07.
Parabéns pelo seu aniversário apesar dos 30 dias de atraso.
Do fundo do meu coração.
Airton
Palavras excelentes de alguem que esta antenada e informada sobre o assunto. Não tenho nada a acrescentar,SARAMAR. Só lamento tudo isto. Alias,como muitas outras politicas publicas que temos. Beijos e otima semana!
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