O ETERNO CIRCO E SEUS ETERNOS PALHAÇOS

Imagem: Ramon Faria

“Só se é elogiado por seus semelhantes.”
Nietzschze
E o povo sabe disso.
Saramar

Finalmente, ontem, fecharam-se as portas do circo dos horrores. Já podemos liberar a televisão para que as crianças se enganem com ilusões menos perniciosas que aquelas exibidas por nossos futuros “representantes”.

Nós, os adultos, infelizmente, não temos mais ilusões e não podemos mais nos permitir a enganação.

Apesar de ser contrária ao horário político “gratuito”, reconheço que é útil, pelo menos para confirmar a mediocridade dos futuros edis e chefes do executivo. Estes, nos programas políticos, mais se pareceram com bizarros seres de outros tempos ou outros mundos que só sabem pronunciar algumas palavras: “saúde, segurança, educação, trânsito, ambiente”, em ridículos titubeios, como se delas nada soubessem, senão repeti-las, como papagaios públicos.

Deus, como são cínicos todos esses seres! O horário político serviu para comprovar o nível de desinteresse destes supostos representantes, figuras patéticas que se imaginam capazes de enganar alguém com suas ridículas e (ainda bem) rápidas aparições. Até nisto se parecem com o ET de Varginha (que ele me perdoe).

Nos palanques (poucos, graças a Deus e ao TSE), estes seres soltavam mais o verbo ultrapassado, megalomaníaco e inútil para os ouvidos de uns parcos acólitos pagos, é claro.

Alguns dos futuros eleitos foram incensados com a sagrada presença do líder mundial da embromação calculada e, por isso, já se acreditam no céu da vitória pessoal e familiar conseqüente, depois de sua inútil figura receber o elogio licencioso do “augusto” (que também me perdoem os Césares).

Entretanto, o notório nesta eleição foi a volta das capitanias hereditárias, comprovando o quanto nossos políticos, em especial os que buscam as delícias inerentes ao poder legislativo, preocupam-se com o futuro (deles).

Eu não sei em sua cidade, mas em Goiânia, o horário político foi um desfile de filhos, netos, genros, sobrinhos, et caterva, apresentados por seus parentes (já do lado de dentro do paraíso) como o supra sumo da representatividade. Desta vez, restauradas as capitanias, tenho certeza que o paraíso, se daqui andava longe, virá, aqui, instalar-se definitivamente.

Nenhum dos candidatos ao legislativo ou ao executivo explicou o essencial: de onde virão os recursos que exige a instalação do paraíso prometido? Mas também ninguém perguntou.

Por falar em circo, o horário político foi só um ensaio. O verdadeiro espetáculo vai recomeçar no próximo ano. As atrações serão as mesmas e os palhaços também.

3 comentários:

Alexandre, The Great disse...

É, Saramar... "as atrações serão as mesmas e os palhaços também". Vejamos como agirão os "malabaristas", os "trapezistas", os "adestradores de animais" e principalmente o "grande mágico" diante de um mundo em crise de crédito e liquidez.

Anônimo disse...

Infelizmente as coisas ficarão exatamente como estão.
Não haverá nada de novo no front.
A aprovação do deus supremo "duuniverçu" a partir de abril de 2009 irá superar os 72% chegando, em agosto a inacreditáveis 80,6% e, assim, dessa forma, será impossìvel a elle não se render ao "apelo" popular e aceitará, contra a sua (delle) vontade, a re-reeleição.
Só nos libertaremos desse karma quando o de cujus for cumprimentar pessoalmente o capeta, até lá teremos que nos contentar com o pão e o vinho já que o circo está montado faz tempo!

Anônimo disse...

Doce ilusão a sua minha amiga .. aqui no Rio teremos mais esse mês de circo de na tv .. pelo menos agora conheceremos os cãodidatos .. quem sabe agora a poderosa rede globo se digne a transmitir o debate .. um beijo grande do amigo carioca .. guto leite.