Imagem: Excerto de"O mau governo", de LORENZETTI“O fato mais grave é que hoje ninguém se envergonha mais de nada, sendo que, é preciso lembrar, o senso da vergonha sempre foi o sinal da existência de um sentimento moral”.
(NORBERTO BOBBIO)
Outro dia, em uma conversa entre amigos, perguntaram-me por que não voto no PMDB. Acredito que foi mera provocação, uma vez que o motivo é claro: não voto no PMDB, qualquer que seja meu domicílio eleitoral, porque este “partido” apóia o lulismo.
– E o que há de tão execrável no lulismo? – ousaram me perguntar, em mais uma provocação.
Ora, não hesito um momento sequer nesta resposta. Entre tantos defeitos execráveis do lulismo, o pior dele, em minha opinião, é o cinismo (até rima!). O cinismo dos seus seguidores, sejam eles políticos profissionais, sejam eles os basbaques mais ou menos informados, sejam eles a inteligentzia acomodada que prega o paraíso, enquanto vivemos no inferno. São todos de um cinismo imensurável.
Considero-os cínicos, todos os lulistas, não apenas porque enganam os ingênuos, mas principalmente porque querem fazer crer, a nós, que temos acesso a alguma informação, que estamos todos errados, que a realidade não existe e que o líder (deles), mais que “o cara” (como se enganou o Obama), é “o deus”.
Se o lulismo fosse alguma dessas neo-religiões, eu me limitaria a ironizar e a sentir pena dos crédulos, porque cada um desses “deuses”, que surgem como ratos, praticam um tipo de engodo restrito ao seu bando de acólitos.
Entretanto, o lulismo governa (?) um país (logo o meu, que azar!) e todos os seus equívocos e mentiras prejudicam milhões de pessoas, inclusive de outros países que dependem do nosso e de seus governantes. Mais grave ainda é que, no caso do lulismo, não se trata apenas das lorotas comuns aos políticos que precisam de votos para manter seu status e seu bolso cheio. É mais, é muito mais que isso.
O lulismo, desde sua gênese, cobriu-se com a pele do cordeiro e, antes de chegar ao poder, agia como se tomado pela ira dos justos, desmoralizando qualquer um que não se adaptasse ao seu modelo ético que, como se viu depois, não passava de uma máscara meio podre, cujo odor e aparência foram disfarçados com o aroma enganador da igualdade e o imundo (por falso) véu do combate à pobreza.
E seguiu e segue enganando, dos gabinetes ou mansões onde habitam até os palanques que não abandonam. São os arautos da mentira e, tal qual os comunistas (seus mentores), ostentam uma “fina estampa” (ai, Deus, que Caetano não saiba disso) de humanistas, enquanto o povo vive à mercê da violência, da deseducação (promovida por eles), da falta de acesso aos direitos mais básicos do cidadão que paga para obtê-los. No lulismo, os direitos, mesmo comprados a peso de ouro, inexistem. O oficialismo e a inteligentzia, no entanto, afirmam o contrário: “nunca antes, neste país...”.
Creio que é ocioso listar as provas do cinismo a que estamos submetidos. A mídia já faz isto diariamente, mas posso mencionar seu mais recente exemplo: a “manifestação pela ética” que está sendo promovida pelo ninho lulista, relacionada ao escândalo envolvendo o governador do Distrito Federal.
Aliás, este mais novo escândalo é, em quase tudo, semelhante ao que envolveu alguns dos mais proeminentes lulistas e, mais ou menos, us quarenta ladrões. Porém não mereceu, dos lulistas, nenhuma "manifestação pela ética" senão algo como "eu não sabia de nada" ou o mais recente "foi uma armação". Temos que convir, no entanto, que este caso do DF não tem o glamour das meninas daquela mansão de Brasília ou o milionário ridículo daquela cueca do Nordeste. Deve ser isso que os diferencia. Só esperamos que não sejam semelhantes na defesa que receberam do “deus” e na impunidade de que ainda desfrutam os envolvidos.
Basta dizer que já estamos chegando ao oitavo ano de lulismo. E a maior realização destes abnegados defensores de si mesmos, é a estrondosa propaganda aqui, ali, alhures. Propaganda que pode ser desmontada, pedaço por pedaço, cada um deles personificando uma ilusão plantada na mente e no cotidiano dos brasileiros mais desvalidos e que nunca se concretizou. Uma ilusão que o lulismo, por trás de sua máscara podre, vem arrancando, pedaço por pedaço.
Por isso, por esta crueldade inominável, considero o lulismo e seus seguidores, os mais execráveis e cruéis cínicos da história do Brasil.
UP DATE: A corrupção dos políticos brasileiros é dinâmica, porém sem imaginação (ainda bem). Apareceu a cueca do Arruda
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