PROJETO FICHA LIMPA: O CIDADÃO EXIGE OUTRO TIPO DE REPRESENTANTE

A votação do projeto Ficha Limpa e sua aprovação na câmara dos deputados, mais que uma vitória, inaugura a nova face do cidadão brasileiro: justamente a face do verdadeiro cidadão, exausto de ser vítima de maus políticos, ao mesmo tempo em que é acusado, julgado e condenado pelos erros e crimes daqueles que elegeu para representá-lo.

O projeto Ficha Limpa, uma iniciativa popular que recebeu mais de dois milhões de assinaturas, mostrou ao país e aos políticos que os cidadãos não se tornaram lenientes com os criminosos, nem foram vencidos pela contínua exposição às ilegalidades praticadas por seus supostos representantes.

Este projeto não é o fim ou um fim. Ao contrário, ele representa o início da reação do povo brasileiro – cuja maioria é honesta – a uma realidade que oprime, envergonha e rouba as esperanças de quem luta para sobreviver honestamente enquanto sonha com um país justo e dirigido por indivíduos igualmente honestos e preocupados com o desenvolvimento.

A aprovação inicial do projeto Ficha Limpa, ainda que sujeita às infindáveis reviravoltas auto-defensivas usadas pelo congresso nacional, para engambelar os eleitores, é o point of no return para quem usa o cargo político como trampolim para o mergulho na corrupção ou como tapete sob o qual abrigar crimes.

Nós, os honestos, erguemos a voz e vencemos a primeira batalha. No entanto, não podemos esquecer jamais que esta é uma guerra longa contra inimigos muito poderosos: aqueles que se julgam inatingíveis porque conseguem comprar, com o nosso dinheiro, apoios, tempo, votos, vetos e sentenças de inocentes.

1 comentários:

Ari disse...

Ok, Saramar. Chega a ser impressionante que essa providência óbvia ainda não esteja em vigor. Aliás, a dificuldade e o atraso em implantá-la expõem com clareza a precariedade do poder que a cidadania tem entre nós.
Outra medida, paralela a esta, e também ululante, é a responsabilização dos partidos políticos pelos atos de seus membros: não seriam capazes de exercer um controle de qualidade sobre o que oferecem ao público?; deveriam os cidadãos, ocupados com seus afazeres, arcar também com as atribuições de quem tem por profissão justamente atender o interesse público?..., como agora, tendo que levantar dois milhões de assinaturas para exigir uma obviedade?