COVARDES


Os covardes vivem de joelhos. Essa é uma máxima antiga.

Mas, estar de joelhos nem sempre é uma condição extremamente humilhante. Pode ser uma manifestação de humildade, de respeito, de devoção e até de amor. Tudo depende de para quem se ajoelha e em que circunstâncias.

Infelizmente, o Brasil está de joelhos na mais extrema condição de humilhação. Está ajoelhado de medo, de covardia.

Está ajoelhado diante daqueles que não merecem a mais ínfima das considerações porque se elevam sobre o país pela conduta criminosa, pela intimidação violenta e pela arrogância dos déspotas ultrapassados e que, justamente por se saberem ultrapassados, utilizam a corrupção como instrumento para perpetuar suas condutas que todos sabem desastrosas.

Todos os covardes sabem, todos os covardes se calam, todos os covardes se ajoelham se fingindo de indignados. Podem fingir que estão de pé, mas a silhueta que desenham perante a pátria é a de todos os covardes: ajoelhados diante da ignomínia que cobriu o país.

Assim, passarão à história, mesmo que ostentem lindos e poderosos nomes e profiram belas e eloqüentes palavras, porém vazias porque apartadas da ação. Ou mais grave, contrárias aos atos que cometem contra os interesses do país.

Covardes, mil vezes covardes. E se imaginam dirigentes e se dizem representantes e se fingem de líderes do povo brasileiro. São líderes de seus lacaios, representam seus interesses e dirigem o país para o caos.

São a pior espécie de covardes porque sequer tentaram reagir diante do seu medo quando os corvos se confessaram demônios traidores diante de toda os brasileiros. Calaram-se os covardes depois de proferir uma vergonhosa e pífia desculpa para sua inação. Com isto, nutriram-lhes com a substância poderosa do medo. Com este medo, insuflaram a sanha dos monstros e mostraram que eles podiam e podem tudo.

Covardes! O suor dos covardes alimentou as hienas asquerosas, deu-lhes o ambiente ideal para respirar, já que seus pulmões venenosos aspiram a substância do medo e dele se fortalecem.

E hoje, mesmo diante das maiores imoralidades, quedam-se mudos, assustados, escondendo-se nos vãos imundos da política, acossados pelo medo das consequências daquilo que ajudaram a construir, com sua omissão.

Não se enganem, covardes, assim como o povo não se engana. Sabemos que, se amanhã, o país mergulhar no mais assombroso inferno, os demônios e as hienas não serão os únicos culpados.

7 comentários:

Alexandre, The Great disse...

Saramar.

É lamentável termos chegado a esta situação: um país dirigido por bandoleiros, assaltantes, assassinos e traficantes vendo aqueles que deveriam se opor à eles se acovardarem e, de forma pusilânime, se omitirem.
Escrevi sobre isso recentemente (http://outrasletras.blogspot.com/2006/10/o-brasil-de-joelhos.html), e restará para os inconformados uma opção pela clandestinidade: virar um pária dentro de seu próprio país. Muito triste...

Defensor disse...

"Os escravos servirão..."

Al Berto disse...

Olá Saramar:

Gostei sobremaneira deste teu texto.
É um hino á conduta vertical, digna e honrada.
Estes são os princípios que deveriam nortear o ser humano na sua generalidade.
No entanto o egoísmo e a má fé conduzem-no por caminhos tortuosos.

Um beijo,

Nat disse...

Querida Saramar,

De covarde vc nada tem. Pelo contrário! É uma das pessoas mais corajosas que conheço. Se o pior acontecer, já a convido antecipadamente para dividir comigo um bunker na clandestinidade (risos)

Enquanto isso, continuarei a me ajoelhar, mas para rezar aos deuses que os covardes sejam desmascarados.

Bjs

Anônimo disse...

Sara, creio que a covardia seja de poucos, mas apatia e omissão são os pecados do nosso povo

Kafé Roceiro disse...

No nosso caso, os covardes estão de pé. E se Lula ganhar chego à conclusão de que o povo merece o presidente ladrão que têm. Merece mesmo! Não entendo essa estória de todo dia mostrar uma situação criminosa e ele ainda liderar nas pesquisas. Isso pra mim é de pirar!

Ricardo Rayol disse...

E quem pagará a conta da festa infernal seremos nós.