CRIANÇAS E O FUTURO. FUTURO?

Imagem: George Watts

No dia da criança, fico me perguntando que futuro terão nossos filhos diante das ações e omissões dos governantes em relação à educação e à saúde, principalmente das camadas mais pobres. Que perspectivas têm?

O discurso de Lula da Silva, ontem, ao lançar o PAC-embromação, digo, o PAC criança, deu algumas respostas. Aliás, o tal do PAC já é uma resposta: se depender deste governo (?) não haverá futuro nenhum, uma vez que seu programa que pode ser traduzido como Programa de Aceleração das Compras, só se destina doação de dinheiro para famílias de “menores infratores” e construção de prédios para abrigá-los. Doação de dinheiro é compra descarada de votos e prédios, com grandes nomes de companheiros na fachada, como se viu na biblioteca em Rio Branco, são boa propaganda política.

A propósito, como tudo agora é PAC. Até o ato de prometer (eu disse prometer) que a determinação contida no ECA a respeito de locais apropriados para abrigar "menores infratores" será finalmente obedecida, tornou-se PAC.

E quanto às outras crianças, aquelas que não infringiram nenhuma lei?

Para estas, nem PAC. O estudo da OCDE, publicado em setembro mostra bem o único plano que norteia a educação neste país: os poucos investimentos existentes em educação vão para o nível médio e para as universidades. Para o ensino fundamental são ridículos, só maiores que os da Turquia.


Acima, a caligrafia de Luan e Alan. Eles quiseram escrever: "Meu nome é Luan. Eu estou na 3ª série. Eu moro no Suvaco da Cobra e tenho três amigos na escola" e "Meu nome é Alan. Eu tenho sete anos e estou na segunda série. Eu tenho quatro amigos na escola".

(Retirei daqui. Leia, é muito ilustrativo)


Enquanto toda história dos países demonstra que a educação infantil é o instrumento indispensável para alcançar o desenvolvimento, aqui, educação fundamental é assim: bolsa-esmola para quem manda os filhos à escola. Como os resultados, em termos de aprendizagem, são pífios, o governo (?) vai dar mais uma graninha para quem passar de ano. Para o governo, os baixos índices de aprendizagem “já eram esperados”. É o que diz Rômulo Paes de Sousa, secretário de avaliação do ministério da Educação, para quem “o mais importante é acompanhar o comportamento dessas famílias ao longo do tempo".

Entendeu, não? O importante é manter esses escravos reféns das esmolas governamentais, por muito, muito tempo. Certamente por isso, Lula da Silva, em seu discurso de ontem na linguagem esdrúxula de sempre, deu mais uma indicação do que pretende:

“nós não vamos recuperar os prejuízos causados a este país em apenas quatro ou oito anos, vai levar algumas décadas para a gente recuperar. O que é importante é que a gente construa juntos.”

É este o futuro que aguarda nossas crianças.

UP DATE: Alexandre e David, o título do post anterior baseou-se exatamente na musiquinha do Bamerindus.

6 comentários:

Anônimo disse...

Saramar.
Conforme já declarei antes, mais de uma vez, na minha opinião levaremos 2 gerações pós-lula(pelo menos) para recuperarmos o terreno e isto pode significar, simplesmente, todo o século XXI.
Ô raça...


Alexandre, The Great

O Profeta disse...

Há um espaço aberto
Estas pedras guardam segredos do tempo
Aromas dispersos invadem-me a lembrança
Este mar tem as cores do perdido sentimento


Bom fim de semana


Doce beijo

CAntonio disse...

Saramar,


Resumindo:

Esse país é realmente uma aVACAlhação.

bjusmil,

shirlei horta disse...

Concordo com o Alexandre (infelizmente). Perdeu-se o século XXI.

Anônimo disse...

A coisa continua na mesma.Não dão educação ao populacho para manter o domínio.O futuro estará como sempre esteve, nas mãos daqueles que tem acesso à educação e ao poder.Os broncos tentarão sobreviver nas costas da nação ou da família.Simples.

João Bosco disse...

Não é dado educação para a população, simplesmente para dobrar a vontade do povo, quando necessário.
Vergar o individuo independe de direita, esquerda ou "centrão", apenas é necessário não ter vergonha na cara, para negar a realidade estampada em nossos olhos críticos.