LÍDER? DE QUEM?

Luiz Inácio da Silva, ao contrário do que se apressaram a afirmar seus vassalos, não foi considerado o homem mais importante do mundo pela revista Times. O nome dele consta de uma lista de cem pessoas que é uma lista e não um ranking.

Aliás, nenhuma publicação responsável se arvoraria a escolher quem é “o mais importante”, principalmente porque seria impossível juntar critérios capazes de abranger as diferenças de todo tipo que este nosso mundo contém; este mundo muito maior que qualquer lula, seja ele, de onde for.

Entretanto, ainda que nunca tenha sido considerado o indivíduo mais importante do mundo, Luiz Inácio poderia ter sido o mais importante “da história deste país”.

Apesar da fragilidade intelectual, quando foi eleito, nas mãos de Luiz Inácio da Silva estavam todos os instrumentos possíveis para realizar um grande governo: democracia fortalecida, economia organizada, máquina estatal em pleno funcionamento, projetos avançados em andamento, respeito e admiração internacional, apoio popular, boa-vontade do mercado financeiro interno e externo.

Dizem que os líderes surgem nos momentos de crise, quando se erguem sobre si e seus interesses e tomam nas mãos os rumos do país que governam. Estes indivíduos, raros, passam à história como modelos. Tornam-se exemplos para os cidadãos e para outros que, administrando uma nação, escolhem o bem comum e o interesse maior: a pátria.

Luiz Inácio, durante muitos anos, não foi testado, não pode provar a si mesmo e aos cidadãos brasileiros, que possui os atributos de um líder. O fato de muitos o consideram líder se deve, essencialmente, ao volume escandaloso da propaganda que chamam de “oficial”, um eufemismo para publicidade paga com o dinheiro dos contribuintes.

Luiz Inácio nunca enfrentou nenhum dos problemas que afligiram o dois mandatos de Fernando Henrique Cardoso, problemas econômicos externos que, diferentemente da crise do ano passado, foram tratados como questões pontuais, deixando suas vítimas à deriva.

Luiz Inácio nunca enfrentou uma oposição histérica e irresponsável comandada por um partido que, desprezando os interesses dos eleitores, transformou a luta política em guerra contra os governantes e as instituições republicanas, submetendo os cidadãos a greves políticas, a “manifestações públicas” solertemente construídas, a ataques de criminosos disfarçados de “organizações sociais”, como os integrantes do MST.

Submetido a tal teste, Luiz Inácio sobreviveria?

O Luiz Inácio da Silva poderia sobreviver. O Lula, nunca.

Lula, "o cara", julga-se grandioso. Jamais sobreviveria ao ataque constante, agressivo e imoral sofrido por Fernando Henrique, sem apelar para os "companheiros" ou os "aloprados". Esta é uma afirmação baseada nos fatos que estamos cansados de assistir.

Lula, como acontece com qualquer ignorante, acredita que suas idéias pobres, restritas, tendenciosas e superficiais são o que falta para mudar o mundo.

Não fora a egolatria de Lula, Luiz Inácio poderia ter trabalhado por este país.

Luiz Inácio da Silva poderia, como autodenominado defensor dos pobres, ter investido na educação das crianças pobres do Brasil porque esta é única forma de eliminar desigualdades sociais. E ele sabe disto. Entretanto, ele preferiu investir na criação uma quantidade irreal e indecente de escolas superiores, onde a educação não passa de uma palavra vã, nos documentos que as criaram.

Luiz Inácio da Silva poderia, com a autoridade inicial que o Brasil lhe deu, ter investido no combate à corrupção, que ele e o seu partido denunciaram a toda hora, durante muitos anos. Entretanto, isto ele não pode fazer porque, como se viu rapidamente, só restava um ou dois narizes à tona da lama mais indecente que este país já conheceu.

Luiz Inácio da Silva poderia, com a admiração internacional despertada pela figura do operário-ignorante-pobre que chegou ao cargo mais alto do país e com sua ânsia por se tornar líder, ter trabalhado para levar os países sul-americanos em direção ao futuro, ajudando-os a aprimorar as instituições democráticas, incentivando os dirigentes responsáveis, financiando os projetos que visam à emancipação e à liberdade dos indivíduos.

Isto, ele jamais faria, ele jamais fará, porque sua mente, suas ações, suas palavras têm um só objetivo: incentivar a dependência, fomentar a mendicância, transformar gente em bicho dependente, indefeso e nu diante do líder que o proverá de mínimo, do quase-nada suficiente para que este bicho domado consiga, ainda que meio morto, ovacioná-lo. Para sempre.

Luiz Inácio da Silva pode ser líder. Assim o consideram aqueles que desconhecem que ele transformou o Brasil em um país onde o trabalho de milhões de cidadãos sustenta um outro país: o dos aproveitadores, dos vassalos e dos mendigos.

Para este país, dentro do Brasil, e só para este, Luiz Inácio da Silva é o líder.

2 comentários:

Ari disse...

Pelo que conheço do país, sei que está disseminada entre nós uma mentalidade obtusa e tacanha, característica de nossa paisagem cultural que encontra sua expressão numa representação política da mesma espécie.
Não há como duvidar que a classe política seja o espelho do povo que representa.
Em outras palavras, uns e outros se merecem...
Mas um dos dois terá que tomar a iniciativa de inovar e incorporar ao processo um viés evolutivo. Não adianta ambos se refestelarem na "legitimidade" de serem um a cara do outro, quando essa cara é asquerosa. Não é suficiente que um seja a referência do outro, quando ambos estão na verdade referidos aos padrões indeclináveis da evolução da consciência e do sentido da existência.
Não há lugar para a estagnação no amplo panorama da evolução. A força que a tudo move, a fonte de onde emana o poder, - que não é o povo -, não o permite.
Não estamos imersos numa realidade apenas social, sujeitos a pressões apenas sociais, controlados por injunções apenas sociais. A redução do significado de nossa existência a concepções limitadas, tacanhas e obtusas jamais será capaz de subsistir perante a imperativa ordem natural da evolução.
Não há outro caminho que não buscar a sintonia com esse poder desconhecido. É inútil e doloroso sairmos da trilha.
E quanto aos cegos que "exigem" nos guiar, sou favorável a dar-lhes uma paulada na cabeça, se encherem muito o saco.

Ferra Mula disse...

Olá Saramar,

A patuléia de assentados em Brasilia festejaram antes da hora a noticia da revista TIME. O maior MICO.

Quanto a esta que saiu no Financial Times ninguem se pronunciou:

Complacência
'Financial Times' alerta para 'fanfarronice' em recuperação econômica do Brasil

http://oglobo.globo.com/economia/mat/2010/05/05/financial-times-alerta-para-fanfarronice-em-recuperacao-economica-do-brasil-916504670.asp